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A importância em prevenir quedas no idoso

Com a evolução da medicina preventiva ocorreu um envelhecimento da população e, como consequência, um aumento das doenças crônico degenerativas, entre as quais destacam-se as quedas. Segundo estáticas 30% dos idosos caem uma vez por ano. Os riscos aumentam com o aumento da idade, e provavelmente é a causa mais comum que leva os idosos a internação hospitalar. As quedas em idosos representam grave problema de saúde pública cuja dimensão não é percebida pela sociedade brasileira, estas só são valorizadas quando provocam lesões importantes, como: fraturas de ossos, principalmente no Fêmur e do quadril; trauma no crânio; Depressão e ansiedade, por medo de novas quedas, além de ser pouco explorado nos meios acadêmicos e no âmbito de saúde pública.

 

Com frequência  este problema é pouco valorizado até mesmo entre os próprios médicos e por outros profissionais da saúde que as consideram inevitáveis com o envelhecimento, quando na verdade suas causas podem ser diagnosticadas e prevenidas, levando com isso a uma redução da morbidade, mortalidade e de custos financeiros, já que as quedas são causadoras de lesões, de distúrbios emocionais, declínio funcional e até a morte. As quedas resultam de alguns fatores:

 

1) relacionados ao indivíduo (intrínsecos):

- Idade

- Queda anterior

- Diminuição da acuidade visual

- Tontura

- Distúrbio de equilíbrio e da marcha

- Lesões do sistema nervoso

- Doenças do aparelho locomotor

- Problemas relacionados a pressão arterial (hipotensão ortostática)

- Depressão e transtorno do sono

 

2) relacionado ao ambiente (extrínsecos): 

- Condição do piso

- Escadas

- Cadeiras

- Leito

- Banheiro

- Calçados e órtese mal adaptados

- Poli medicamento, principalmente benzodiazepínicos, antidepressivos anticonvulsivantes e antiarrítmicos

 

Muitas causas de quedas em idosos estão relacionadas com o próprio individuo (fatores intrínsecos) entre eles estão: uso de medicamentos, labirintites, problemas cardíacos, neurológicos, problemas de visão e audição, e estados de hidratação e nutrição. 

Por este motivo é muito importante fazer o acompanhamento com o seu médico para que possam ser adotadas medidas preventivas e assim evitar as quedas, mas se elas ocorrerem, por uma eventualidade, poder diminuir sua gravidade. 

Um exemplo de medidas que pode ser adotado para diminuir o agravo nas quedas é o controle da osteoporose. Este controle pode ser feito adotando as seguintes medidas: banho de sol, reposição hormonal, aumento da ingesta de produtos lácteos e suplementação de vitaminas e minerais além da prática regular de atividade física. 

Já que 70% das quedas ocorrem em casa, torna-se importante os cuidados com o ambiente (fatores extrínsecos), porém nem sempre nos damos conta de como organizá-los, algumas dicas importantes são:

 

- Manter os ambientes bem iluminados, se possível em alguns ambientes usar sensor de movimento;

- Utilização de corrimão em escadas, além de tiras adesivas antiderrapantes em cada borda dos degraus;

- Eliminar tudo aquilo que possa provocar escorregões, como tapetes;

- Use tapetes antiderrapante no chuveiro e barras de apoio nas paredes;

- No banho, utilize uma cadeira de plástico firme com cerca de 40 cm, caso não consiga se abaixar ou se sinta instável;

- Use sapatos antiderrapante e evite sapatos de salto alto;

- Sentar-se para calçar os sapatos;

- Não se sentar em cadeira ou sofá muito baixo, pois o grau de dificuldade para levantar-se é maior;

- Deixe sempre o caminho livre de obstáculos;

- Cuidado com o piso, pois umidade e gordura podem deixá-lo mais escorregadio;

- Ao organizar os ambientes deixe os objetos que mais utiliza ao nível dos olhos, evitando assim abaixar em excesso e subir em escada para alcançá-los; 

No entanto, se mesmo com todos esses cuidados o idoso ainda assim sofrer uma queda é essencial realizar o socorro de forma rápida, já que, quanto mais rápido o acidentado for atendido, o ideal é dentro de até uma hora, as chances de ele ter sequelas é muito menor. 

Durante o período de recuperação a família deve ficar atenta para não reforçar o medo da queda. É comum que os familiares, na tentativa de proteger o idoso, acabem contribuindo para a fobia. Restringindo o idoso de atividades que ele costumava praticar, o lembrando sempre da possibilidade de novas quedas e interferindo na sua autonomia. 

É preciso que os riscos sejam diminuídos para que novos acidentes sejam evitados. Mas, deve se ter cuidado, também, em não restringir a pessoa de sua vida social, impactando na qualidade de vida.



Médico Clínico Geral Dr. João Alexandre P. Padua
CRM 19194-SC